quarta-feira, 23 de julho de 2008

AFONSO

dedicado à A.H.Lima Barreto

Existe, com razão, a frequência trêmula no tom de voz. Vários foram os momentos em que o ar esteve carregado de impurezas, e ausente foi por tantas vezes o gosto doce, que o ponto de acreditar na eternidade da angústia mirava um alvo bem em frente ao seu nariz.
Cambaleante, recita versos quando o tempo lhe sobra, bebe evadindo-se do próprio corpo e beira o último gole que ronda à sua procura, encontrando-o sempre pior das pernas. O riso, a tosse, o Rio e a posse das almas pobres. A sarjeta, o lar que não foi escolhido é o mesmo que reflete o rosto marcado pela revolta.
Malditos são aqueles que designam a sarjeta como o lar dos Afonsos! Ei de assistir o fim de seus reinados ao lado dos cambaleantes que bebem a pureza e a beleza da doce frequência no tom de voz.