sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dona Beta

Foi um esperneio entre o choro e o medo pisar na folha seca e ver o verde passado esfarelar ao dedo.
Quente e jovem foi também frio quando a vida flácida escorreu mole cada vez mais rio encontrando o mar.
A chuva foi quem viu a velha luz do tempo apagar seus anos pelos ventres como filhos sem avós.

Mas tanto foi, que se meteu no meio da mata e viu pedras antigas de uma antiga cachoeira com musgos novos todo ano.
E foi amor desta vez.

Viu a vida no berço do rio, no verde da folha e no calor da chuva.
Foi filho no colo de sua avó cheirar o perfume do tempo que prepara singelo a mocidade para a hora de deitar.