sexta-feira, 22 de agosto de 2008

R.E.F. escreve ao pequeno príncipe

... escorregam por entre as vozes de um mundo barulhento,

como o sopro construindo com as sementes que sem querer espalhou,

palavras e formas desconhecidas

estranhas e estúpidas a este mundo apressado.

Sem som

Sem traço

Fundindo tamanha confusão que adjetivo algum ousa pintar.

Arrisco acreditar que nascem com a mesma angústia,

o mesmo suspiro,

a mesma busca pelo silêncio e isso é o que existe de mais belo entre nós.

Por vezes sonho com o nascimento de suas cores no papel,

faço que te tenho por perto...

...vejo debruçada sobre a mesa toda a magia da infância que teima em não se afastar

cultivada com o carinho que se tem por uma rosa.

A única rosa.

A que sempre inspira vontade de voltar.

Sua bem guardada cúpula talvez,

seja a verdadeira responsável pelo grande mistério...

...a rosa:

de tantos cuidados recebidos,

nunca toca o ar árido,

não conhece as gotas de uma tempestade,

permanece cândida na fantasia de sua redoma,

por medo de quem a ama.

E é por medo, que nunca respira a verdadeira vida,

não conhece liberdade alguma,

como uma pequena princesa, envolvida de amor

enquanto seus mentores estão sempre a viajar por outras terras,

provando sabores de outros jardins,

testando a voracidade de outros insetos,

sem nunca conseguir deixar de amar,

nem que seja por um momento,

a rosa mais bela e mais triste deste mundo.

Um comentário:

tutaméia disse...

sentir a poesia alimentar a flor...
o cheiro ecoar sons...
as viagens se tornarem próximas aos nossos corações...


cultivamos aquilo que nos é mutualmente querido.

amo teus traços.

um delicado abraço lá dentro do teu coração.


amanando paz e cantando uma canção.

tu.

ta.