domingo, 8 de agosto de 2010

Sobre o tempo e alguns desejos

"Will the wind ever remember
The names it has blown in the past?
And with its crutch, its old age, and its wisdom
It whispers no, this will be the last..."

James Marshall Hendrix - "The Wind Cries Mary"

Lá pelas tantas o vento sorriu raios de sol lentamente soprando o vermelho sangue dos cabelos.

Aos seus pés o chão vive de mistérios entre pedras, raízes e inocentes flores de desejos novos que crescem e urgem na aspereza madura da vida qualquer poesia boba sobre o proibido passado de semente adormecida.

Diz com voz macia que sua pele deita cartas ao rio com a esperança de ser tocada pelo correr das águas.
Diz com olhos fechados que suas costas arrepiam por repousar na varanda do mundo um verão calmo de nuvens brancas.

E antes de mais nada dê de beber ao sonho em teu sono tão preguiçoso...

...pois quando acordar pela noite e o sorriso soprar novamente seus cabelos, o cheiro doce da aventura descerá ao mortal campo de nossos dias iluminando tudo com um farto céu de novas estrelas.

2 comentários:

tutaméia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
tutaméia disse...

Simplesmente vagando muda de in-certa forma à rumo algum.
O mundo rodopia e a vida subjetiva e metafísica ri de mim.
Mente bem longe do meu interior aguardando um chamado a se manifestar e dizer o que preciso ouvir.
Fios que me conduzem aqui, correm pra formar um som, para colorir e zomzear minha cabeça.
A paisagem permanece estática ao meu tempo;
Em meio esse exílio que é o silêncio, sem querer desconcerto meu corpo, embaraço minha mente, passando como tantos outros pensamentos rarefeitos que se embaralham num vento que quer me levar daqui.
Enquanto escuto meu silêncio bobo, minha desconexa fala, meus obtusos sentimentos, meu querer absurdo (supostamente um abuso), aos poucos desaprendo a ser tudo o que já fui; o que ora caminhava rumo-certo, viram cenas de um filme que eu ainda não vi.
Mas continuo cá,calada, erguendo toda uma vida sobre esses enormes pés calejados, esperando um vento que venha contra mim, derrubando esse corpo escorado num futuro hipotético.

Simplesmente rabiscando sem motivo, disfarçando um coração enlatado, caindo sobre mim letras do passado.

Estranho se sentir assim?Estranho é nunca ter se sentido assim, isso sim