quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Luís, o semeador

Junte cinco homens a adorar um outro qualquer que verá como nascem os corvos.
Tudo havia de lhe mostrar... tudo ao seu redor apontava o erro inevitável que estava prestes a cometer. Porém, arrancar vidas inocentes em algum desses lugares já por demais acostumados à morte, não lhe causava mais tanto alarde pois aprendera com seus seguidores que os espíritos só seguem as almas dos assassinos quando estes sujam a mão de sangue. Aprendeu portanto, a lavá-las bem... Descobriu formas de não fitar suas vítimas nos olhos, de nem ao menos saber seus nomes, de escorraçar corpos surrados sem a mínima piedade até que sua fama esteja rejuvenescida. Mais pragas, mais poder! Mais chagas marcam pobres doentes de uma terra envenenada.
Ó semeador, “que a mão do tempo e o hálito dos homens murchem a flor das ilusões da vida”*
Que seus filhos comam algo melhor do que o pão cultivado por suas mãos, pois outros não terão a mesma sorte...morrerão secos como folhas, por tuas fórmulas mirabolantes.

*Joaquim Maria M.de A., Musa Consolatrix 1864

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