quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Aos que saíram mais cedo dessa madrugada

...e ao Paulo que realmente saiu bem cedo.



Aquele trago enevoou sonhos de uma só vez.
Foi embora numa fogueira de imagens e não se encontrou mais nada que se via nas noites de calor, restando do fogo só o frio, a ausência das coisas.
E o fogo tem disso.
Consome cuspindo cinzas, borrando a terra que também consome, se alimentando do que foi brasa, do corpo que dançou vermelho ao vento e que um dia tem câimbra.
E a terra também tem disso.
Bem quando acaba a madrugada dá cama pro que foi lenha enchendo a barriga pra mais tarde parir outra moça que sonha e que gira e que engole pela primeira vez a noite úmida que geme.

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