terça-feira, 5 de outubro de 2010

Para essa tal vanguarda poética

Anda com o profano.

Anda com os esquecidos, com gente sem chão, sem nada, com os miseráveis.
Anda com gente surrada ao lado da fome de pé rachado.

Escreve com os que não sabem ler e escreve com o escarro preto do sangue da revolta.

Anda com os insultados, com as putas, com os bêbados, anda com a morte das ruas.

Escreve com quem não sabe ler e escreve com a terra pisada da revolta pra ver a semente rasgando a dureza dos vivos.

Vê o povo germinando e se movendo.

Anda e escreve.
Aprende e ensina.

Escreve com a fúria de quem vive a vida dos humilhados.

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