sexta-feira, 26 de junho de 2009

Retorno ao mar

Cabe ao momento resgatar alguns prazeres. Quando o mar traz frio, o velho fecha os olhos envolvendo seus braços até tocar os ombros sem concentração que tente compreender algum mistério. Apenas os fecha tocando seu próprio corpo, pois todos os dias vê estas águas e sabe que elas estão lá, mas nem sempre o mergulho conforta o prazer.Disto recai a delicada sensação que ambos devem se conservar.O mar puro e o velho com seus braços magros, exatamente como o presente os faz, pois do prazer nada esperam além de liberdade e alguma solidão que possa fundi-los em harmonia. Com sincera felicidade, todos os dias o velho ama estas águas, mesmo que de olhos fechados envolvendo os ombros para que o frio passe logo e seu corpo retome os passos em direção ao único lugar em que de nada lhe vale compreender mistério algum.

3 comentários:

tutaméia disse...

Agora, mais do que nunca, letra-a-letra que compõe tua poesia, me são importantes.
Claramente sutil e bonito, teus traços estão se fundindo com o caminho dos meus pensamentos.
Calmamente percebo que não se compreende esse extraordinário movimento da vida, intelectualmente, ou sentimentalmente, ou me conformando com qualquer padrão de pensamento, mas sim, com atenção as ações, aos prazeres, aos sentimentos que provém só dentro de mim.

...Olhar pra aquele pôr-do-sol no mar, para as ondas contra a luz, e ver sua beleza e delicadeza- isso proporciona um sentimento de extraordinário deleite......

Estou caminhando tranquila. Atenta nas delicadas sensações que naturalmente me guiam.

Verso-a-verso que o velho canta ecooa livre por todo o mar.
Que de nota-em-vento compõe sua melodia...
naturalmente unindo em livre harmonia...




Calmamente quero lhe cantar ao pé do ouvido versos verdadeiro das águas desse mar....

Gabriela Domiciano disse...

Há tanto tempo não retorno ao mar!!!

Ótimo esse texto!!

Deu-me uma vontade de estar próxima ao mar!

Osmar Coelho disse...

bom first time...a apresentção é do caralho...sua prosa poetica é de um corte tramontina exportação para consumo interno...quando eu descobrir como vou colocar seu link no meu blog...por falar nisso..tem dois poemas novos...vai la...velho marinheiro de dedos amarelos de alcatrão!
O