quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Anotações sobre metafísica

Fatalista como os seios de uma puta triste.Há sempre uma ferida que geme entorno de seus ares como o vento das prisões, e isso lhe faz falta nos dias de praia em que ondas frescas com o sal dos mares, cicatrizam por instantes o eterno odor.
A certeza é como um câncer que não cresce, pele sobre pele que não se sobrepõe, mal que não cessa e não avança. Há de se notar pelos arredores, que a doença é, e não está sendo; o que lhe lembra de fato um seio eternamente murcho.
Fatalista.
Nada mais sem esperança do que a própria ilusão.

2 comentários:

Adh2BS disse...

De ilusão me alimento,
e cuspo vento;
de ilusão eu me invento,
além do conhecimento.

De ilusão eu me transformo,
e retorno;
de ilusão eu me iludo,
fico mudo de padecimento.

De ilusão eu vou vivendo,
ilusão realizada,
chamo de vida,
subo a escada.

Na ilusão eu mergulho,
afogo o orgulho
e dou risada.

Abç,

Adh2bs

Adh2BS disse...

Sobre feridas abertas, lágrimas de sal.
Sobre lágrimas de sal, mãos amarradas.
Sobre essas mãos atadas, nem uma corda cordial.

Sobre lábios fechados, lágrimas de sal.
Sob olhos fechados, um coração que passa mal.
Sobre essa vida exangüe,
lábios num beijo sobre o sangue.

Abç,

Adh2bs