domingo, 13 de abril de 2008

Carta aos autoritários

extraído do jornal Folha Criativa


Isto que vou lhe dizer estava há tempos entalado em minha garganta e só agora a coragem traz à tona. Falo junto a diversas outras vozes que daqui a diante não mais se calarão, pois contigo vão estar ressoando aos ouvidos.
Tua forte persistência em desacreditar na pureza da vida e na beleza do mundo que cada ser carrega consigo faz-te envelhecer um pouco mais a cada dia. Lembra-te de quando era apenas uma criança? Teu riso encantava e tinha força. Em tempos passados é certo que não ousaria cometer o erro mortal de viver exclusivamente sob o signo da razão e da moral, desmerecendo os sonhos e as virtudes das pessoas, impondo a todos suas nobres verdades.
Estamos só você e eu agora, não poderá assim, ignorar minha voz como várias vezes já o fez publicamente na posse de seu estandarte. Tente não passar por cima de meus ideais, pois estes não mais irão sucumbir à vossa vontade. Tenho conhecido forças em mim que adormeciam em meu âmago e agora vibram como mil tambores em fúria, dispostos a ressoar no peito de todos os que assim como você, insistem em impor medo e autoridade. Tenha clareza de que suas ações são nefastas e possuem poderosas implicações na vida dos que se encontram oprimidos por tua ignorância.
Esta carta foi escrita porque resisto bravamente à sua insensata arrogância e desejo da forma mais calorosa possível que venha a revelar-te tudo o que sempre esteve logo à sua frente e não conseguias ver, estando deveras obscurecido por sua cortina de vaidade. Sigo meu caminho certo de que se lembrará destas palavras como se ditas repetidas vezes, pois muitas vezes haverá de ouvi-las quando meu olhar cruzares com o teu.

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