segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Em frente a casa de Lorca

...em gratidão à beleza de uma foto.

Flor.

Com as ervas que sobem brancas pelas paredes, tua casa jardim do poeta pede silêncio ao menino que escuta de olhos cerrados.

Verdes portas são estas que abrem uma vida também minha para clarear o tempo de páginas vividas em amarelo num trópico onde os sonhos não deixam de te desejar.
Por ruas pequenas que abrigam teus passos ensolarados, a poesia tem seu ar de canção do campo que roga por amor que não tentem lhe decifrar pois que é seiva fina de ilusão, tonta para que andemos tontos sorrindo aos bancos frente às Granadinas Barracas de toda sorte.

A poesia é algo que anda pelas ruas. Que se move, que passa ao nosso lado. Todas as coisas têm o seu mistério e a poesia é o mistério que contém todas as coisas.*

É teu vestido branco sorrindo um pequeno poema infinito embebido do azeite quente de todas as almas livres do mundo.

Acredito.
A casa do poeta é seu jardim.




* trecho de Garcia Lorca

Um comentário:

tutaméia disse...

encantada.
Jardin lindamente cultivado com hortas e cheiros de temperos incriveis.
Granada ilumina ate a ultima hora, seja por lua, por sol...
eis que as flores se perdem pelas pequenas ruas e calcadas desse enorme jardin repleto de poesia...