domingo, 12 de setembro de 2010

Fim de expediente

Sentou o mundo naquela mesa com seu velho hábito de beber sozinho o ácido e absurdo costume de viver.
O calor vermelho pingado de odores do trabalho jovem criou uma atmosfera rude de barba que coça áspera como se quisesse manter distância da leveza pueril, ou de qualquer outra aproximação cotidiana, mas ao invés de afastar, reunia ébrios novos que não paravam de ser cuspidos dos mais variados instrumentos de tortura. Uma tortura em comum que ligava os corpos maltratados a uma brisa seca de revolta.
Mais forte que o torpor do álcool, raiva que vence a triste misantropia.
Bons ventos, mesmo que grosseiros.
Ar carregado de chuva que não demora a cair.

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